MORRE O TECLADISTA E COMPOSITOR LUIZ SCHIAVON, EM OSASCO (SP)
Escrito por.Direto da Redação on 19 de junho de 2023
Cofundador da RPM, ele deixa um legado de mais de 160 composições, entre elas megahits do rock nacional.
A música brasileira perdeu nesta quinta-feira o tecladista e compositor Luiz Schiavon, aos 64 anos. Autor ou coautor de mais de 160 obras registradas no banco de dados da UBC, ele foi um prolífico artista do rock e do pop, conhecido nacionalmente como cofundador do grupo RPM. Há quatro anos, Schiavon foi diagnosticado com uma doença autoimune e sofreu várias internações por conta dela. A última delas foi esta semana. Ele teve complicações durante uma cirurgia no Hospital São Luiz, em Osasco (SP), e não resistiu nesta madrugada.
Na semana passada, o artista, que seguia mais do que ativo na carreira, lançou com companheiros da atual formação do RPM um novo single, “Promessas”, composição dele e de Fernando Deluqui. Um comunicado difundido pela família mencionou o legado musical deixado por Schiavon.
“Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele”, diz um trecho.
Coautor, ao lado de Paulo Ricardo, de “Olhar 43”, “Loura Geladas”, “Rádio Pirata” e “Revoluções Por Minuto”, entre inúmeros outros hits da RPM, Luiz Schiavon é considerado um dos mentores sonoros da estética que levou a banda a se tornar uma das mais bem-sucedidas do BRock dos anos 1980. Somente desde a fundação, há exatos 40 anos, até a primeira dissolução, em 1987, foram dois álbuns – “Revoluções Por Minuto” e “Rádio Pirata Ao Vivo” – lançados e mais de 5 milhões de cópias vendidas, tornando a RPM a banda de maior vendagem no país até então.
Ao longo dos anos, com diferentes formações, a banda se reagrupou, lançou novos discos e, na mais recente reorganização, em 2011, Schiavon voltou a integrá-la. Antes, e ao longo de décadas, ele investiu fortemente na composição de trilhas sonoras — tendo criado música original para produções como as telenovelas “O Rei do Gado”, “Terra Nostra”, “Cabocla” e “Esperança”, entre outras. Na década de 2000, foi ainda diretor musical do programa Domingão do Faustão, da TV Globo.
Há três dias, a banda havia publicado um vídeo de um show em Muzambinho (MG). No texto do post, os integrantes diziam torcer para que Luiz Schiavon se recuperasse plenamente e voltasse aos trabalhos “o mais breve possível”. A volta dele aos palcos havia sido relativamente recente, em novembro de 2022, já que esteve afastado por um ano e meio depois do diagnóstico da sua doença, cujo nome nunca foi revelado. Na ocasião, o integrante da formação original do RPM foi às lágrimas e agradeceu o carinho do público.
E esse carinho era mesmo constante. Nas palavras da família no comunicado em que se anuncia a partida do músico, “Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas, acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo.” A cerimônia de despedida, nesta quinta-feira, será reservada apenas a pessoas próximas.