GERALDO AZEVEDO E CHICO CÉSAR FAZEM JUNTOS A TURNÊ ‘VIOLIVOZ’
Escrito por.Direto da Redação on 9 de dezembro de 2021
Com pontos de contato variados e diferenças que complementam seus trabalhos, os dois exaltam a nordestinidade no projeto
Uma turnê que nasce da admiração. Da admiração mútua entre dois grandes artistas da música popular brasileira. Dois titãs da música nordestina, Geraldo Azevedo e Chico César, estão rodando o país com o show “Violivoz”, que tem lotado os palcos por onde passa — como o do carioca Circo Voador, neste fim de semana, já com ingressos esgotados há vários dias.
Admiração mútua nem sempre implica coincidência estética total. No caso desta dupla há muitas “inclinações musicais”, e o repertório do show prova isso. “As canções escolhidas são aquelas nas quais a gente pode brincar com o instrumento”, diz Chico César. “O critério de escolha foi o afeto e a facilidade que cada um de nós teve para entrar na alma da canção do outro”, explica o paraibano. “Cada um escolheu músicas do outro que o inspiravam. Obviamente, nem todas as músicas que admiramos entraram no repertório. É possível que, com o passar do tempo, a gente vá tirando e colocando novas canções no show”, completa Geraldo.
O caldo cultural em que ambos cresceram, apesar da diferença de idade, também é responsável por este encontro. Começa pelo ouvido afinado com a música de rua, sertaneja (ou seja, do sertão) – Geraldo na pernambucana Petrolina, Chico na paraibana Catolé do Rocha. Um regionalismo (passando necessariamente por Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro) que não precisa ser exibido, ambos já trazem entranhado na composição e no canto.
“A música de Geraldo está presente na minha vida desde a minha adolescência. Desde o primeiro disco que ele gravou junto com Alceu Valença. A música, o violão, a delicadeza da voz, o jeito como ele apresenta as canções, tudo isso me influencia há muito tempo diretamente e me fez desejar ser um artista que sai de uma cidade no interior do Nordeste para tocar no mundo”, conta Chico.
Se Chico conheceu o trabalho de Geraldo ainda adolescente, Geraldo conheceu a musicalidade de Chico através de Carlos Bezerra, o “Totonho”, paraibano famoso pelo trabalho musical “Totonho e os Cabras”. Totonho era, tal como Chico César, uma “cria” do grupo de música de vanguarda paraibano Jaguaribe Carne, liderado em João Pessoa por Pedro Osmar e Paulo Ró. Os dois, Chico e Geraldo, tinham canções num projeto que não chegou a ser gravado, mas Geraldo, ao escutar as músicas de Chico, pediu que ele viesse gravar o violão.
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